Ricardo Terra Teixeira, presidente da Confederação Brasileira de Futebol desde 1989, quando venceu Nabi Abi Chedid, renunciou ao cargo maior do futebol brasileiro.
Chegou la a partir de um casamento com a filha de João Havelange, então presidente da FIFA e ex-presidente da CBF, Ricardo, que não ocupou nenhum cargo federativo em Minas Gerais, seu estado natal, nem na Federação Mineira de Futebol, muito menos no Atlético, Cruzeiro ou América.
Depois de 23 anos a frente da CBF, Ricardo Teixeira fez bem e fez mal ao futebol brasileiro. Nunca foi uma unanimidade entre a imprensa especializada e os torcedores que acompanham o futebol brasileiro.
Criou inimigos declarados, fez alianças, pois no mundo do futebol, amigos não existem e transformou a CBF em uma empresa onde rios de dinheiro saem pelo ladrão.
A parte boa da administração dele foi a moralização do CALENDÁRIO do futebol brasileiro. Onde ele transformou um campeonato que continha 108 times, dividiu em series A. B, C e D e instituiu o campeonato por pontos corridos desde 2003, que ainda causa polêmica.
A parte ruim foi que ele se beneficiou muito da cadeira que possuia. Transformou uma instituição que deveria patrimônio do povo brasileiro, em uma empresa onde o grande mercado era a seleção brasileira. Com seus craques, futebol exuberante e dois títulos mundiais, vendeu o selecionado nacional como atração e cobrou caro pelos amistosos realizados com a camisa amarela. Também ganhou muito dinheiro em "parcerias" com empresas como Nike.
Teve seu nome envolvido em escândalos e polêmicas, até ser acusado por lavagem de dinheiro evasão de divisas, tudo isto depois da parceira com a Nike e a perda da Copa do Mundo em 1998 para a França.
Como tudo acaba em pizza em Brasília, ficou tudo dito pelo não dito. Teixeira continuou no comando do futebol brasileiro, firmando mais parcerias, entre elas com a Rede Globo de Televisão.
Entendendo que não da para jogar contra a maior rede de televisão do país, Ricardo firmou parceria, vendeu a exclusividade do futebol brasileiro e a seleção brasileira para a emissora dos Marinho, limitando o futebol brasileiro a uma unica rede de comunicação de massa.
Trouxe a Copa do Mundo para o Brasil em 2007, depois deixar a África do Sul ficar com a Copa em 2010 e ter o apoio em massa na FIFA. Quase sem concorrentes direto no quesito apoio político, o Brasil ganhou o direito de cediar o Mundial em 2014, mas só Deus sabe como este mundial vai ser realizado.
Em meio a escândalos e acusações, Ricardo Teixeira viajou para Miami em fevereiro, alegando descanso, voltou, disse que assumiria e não iria renunciar. Hoje, divulgou a carta de renuncia da presidencia da CBF e dos demais cargos que ocupava, como o Comitê Organizador da Copa do Mundo de 2014.
O SUBSTITUTO
É José Maria Marín, de 79 anos e vice presidente da CBF. Dentro do estatuto da instituição, em caso de renuncia, quem assume é o vice imediato. Até ai, tudo bem. Se está na constituição, fazer o que?
Mas, a crítica em si fica por ser José Maria Marín o novo presidente. Ex-governador de São Paulo, Ex-presidente da Federação Paulista de Futebol, Marín ficou conhecido no Brasil ao roubar uma medalha que seria destinada ao campeão da Taça São Paulo de Futebol Junior deste ano. Até hoje, esta medalha não foi devolvida.
Na minha opinião, é como se não tivesse mudado nada. As coisas deverão continuar como estão. Marín está totalmente a par das negociatas de Ricardo Teixeira e dará continuidade a tudo e, claro, com todo o auxílio do ex-presidente da CBF.
Ora, ja disseram que foi um câncer eliminado, palavras do hoje deputado federal Romário. Prefiro dizer que isto está longe de acontecer e a tão sonhada moralização do futebol brasileiro está longe de começar.
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