Foi uma decisão com os ingredientes necessários para um grande jogo. América e Atlético fizeram o primeiro jogo da final do Campeonato Mineiro de 2012, na Arena Independência, para um público abaixo do esperado, apenas 14 mil pessoas, o que não tirou o brilho do espetáculo.
Para os mais velhos ou jovens saudosistas, uma finalíssima entre América e Atlético no Independência relembra quando o estádio do Horto era o grande palco do futebol mineiro, entre 1950 e 1965, até a inauguração do Mineirão,
Todas as finais de Campeonato Mineiro eram no Independência, a época, pertencente ao Sete de Setembro, extinto clube de futebol da capital. América e Atlético ja decidiram campeonatos mineiros no Horto, como em 1958, quando o Galo ganhou por 1 x 0 e levou a taça.
Chegando a 2012, os dois times repetem a dose e fizeram um jogo bastante corrido, movido em sua grande parte pelo entusiasmo, pela motivação, do que pela técnica de seus jogadores. Mesmo assim, chances de gol apareceram, o que fizeram consagrar os goleiros Neneca, do América e Giovanni, do Atlético.
O América vinha com o que tinha de melhor e o time que eliminou o
Cruzeiro. Ja o Atlético, despedaçado pelo desastre na Copa do Brasil
diante do Goiás, veio remendado por Cuca, que pela primeira vez escalou o
time com três zagueiros. Rever, Lima e voltando com Rafael Marques.
O placar de 0 x 0 do primeiro tempo mostrava que na segunda etapa a partida iria melhorar, ou tería que subir de produção, pois o torcedor esperava mais de seus times.
Dito e feito. No segundo tempo, Atlético e América saíram mais para o ataque, dando emoção maior ao jogo e as chances criadas foram de maior perigo aos arqueiros, que continuaram se sobressaindo, mas não por muito tempo.
Os treinadores mudaram seus times e com acertos. Givanildo colocou Bruno Meneghel para render mais que Alessandro, que não apareceu bem no jogo, parado pelo esquema de três zagueiros do Atlético. Colocou Pará em lugar de Braian, para segurar Carlos Cesar, que entrara com fôlego total, além de Junior Timbó, que pouco apareceu e quando deu as caras, fez tudo errado.
Cuca também mexeu com acerto. Colocou Mancini e tirou Bernard, para dar maior armação ao time. Carlos Cesar, com maior fôlego na vaga do sumido Marcos Rocha e promoveu a volta do tão criticado Dudu Cearense em lugar de Serginho.
Não condeno o Cuca ao colocar em campo o volante Dudu Cearense como muitos fizeram. É um belo jogador, pode acrescentar muito ao time do Atlético. Porém, fora de forma e com a cabeça distante do time era melhor ficar longe mesmo. Se ele se ligou que é um atleta e que joga em um grande clube, é um cara que tem futebol para ser titular da equipe.
As substituições deram certo. Bruno Meneghel entrou mais aceso e arrumou um salcero em cima do sistema defensivo do Galo e no Atlético, Mancini deu outra opção de criação de jogadas, tirando a responsabilidade toda das costas de Guilherme. Carlos Cesar prendeu Pará na defesa e quando exigido, Dudu Cearense apareceu bem.
O Atlético saiu na frente. Após escanteio batido por Mancini, Rafael Marques desviou na primeira trave e André colocou no fundo das redes. Gol justo para o Galo jogava na base da raça e era melhor no momento.
O América se desesperou. Foi para cima, de forma desorganizada e, por consequencia, deu campo para o Atlético que não soube aproveitar as oportunidades.
O gol do Coelho saiu bem no apagar das luzes mesmo e deixou polêmica por dois erros. Após um escanteio bantido por Pará e que foi direto na trave e pela linha de fundo, o bandeirinha Daiberth Pedrosa encontrou um escanteio não sei de onde, sendo que a bola vai direto no primeiro poste e sai.
Veio o segundo escanteio e vem mais um erro. Na confusão pela bola na pequena área, Fabio Junior chuta e no momento do arremate, o atacante Bruno Meneghel, que faz o gol, encontra-se impedido, pois só tinha o volante Serginho dando condições. O goleiro Giovanni não dava condições ao atacante. Um lance que sequer o Cuca reparou.
Final de jogo, América 1 x 1 Atlético. Com sinceridade, não sei de onde alguns companheiros tiraram a idéia de que um vitória do Galo tiraria o Coelho da decisão. É a mesma coisa que dar o time alvinegro como campeão de véspera e não é assim.
Vantagem de dois gols para um time bem arrumado e bem treinado como o América, seria bem possível de ser revertida e não seria nada atípico. Então, o empate só serviu para dar mais emoção a segunda partida, porque mesmo o Atlético ganhando por 1 x 0, o América ainda estaría no páreo.
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