O sucesso do futebol apresentado pelo Barcelona nos ultimos quatro anos, não apenas o futebol, mas também a metodologia de trabalho exercido no Barça, certamente, rendeu frutos a todos, desde a diretoria catalã, passando pelo técnico e jogadores.
Pep Guardiola, talvez o grande mentor intelectual dessa grande revolução, é quem mais vai sentir na pele todo este sucesso. Recém aposentado dos campos, Guardiola tratou logo de fazer estagios, conhecer como é o futebol fora das quatros linhas, não só com a bola e uniforme, mas com a caneta, papel, terno e gravata.
Ele sim, pode-se dizer que estudou, criou e foi muito mais além do que muitos no futebol espanhol pudessem esperar de um treinador recém formado e recém apostado da lateral direita do Barcelona que o mesmo defendeu por muitos anos.
Chegou em 2008 para apagar uma crise dentro de campo. Messi ainda não era o gênio, mas se preparava para ser. Outros jogadores como Iniesta e Xavi tiveram um reconhecimento que outrora jamais pensariam em ter.
Superou a falta de um de seus principais jogadores da primeira década do século XXI, Ronaldinho Gaúcho, que deixou o uniforme azul e grená, para defender o rubro-negro Milan, da Italia.
Fazendo uma faxina completa no campo e fora dele, com a devida carta branca do presidente do Barcelona, o sr. Joan Laporta, Guardiola tratou fazer uma revolução a médio/longo prazo no Barcelona.
Só que nem o mais fanático torcedor do Barça, muito menos Guardiola, Laporta ou quem mais for, fossem esperar que desse tão certo e em tão pouco tempo.
Aos poucos a equipe foi se encaixando, os medalhões foram tomando outros rumos e o Barcelona passou a tratar com quem deveria ser aproveitado. As categorias de base.
Renderam tudo e mais um pouco ao clube. Craques que despontaram como grandes jogadores a ponto de deixar outros intocáveis no banco de reservas. Estava nascendo o fenômeno Barcelona.
Foi ganhando status de time imbatível, vencendo impiedosamente adversários por placares dilatadíssimos, acima de quatro gols, era quase corriqueiro. E o melhor de tudo, fazendo aquilo que todos querem, mas poucos, quase ninguém conseguia. Atuar, vencer e jogando bonito.
Guardiola revolucionava no quesito tático, chegando a jogar sem nenhum atacante, em um esquema que muitos diziam que eram um 3-7-0, com Messi atuando mais avançado. O que deixava todos boquiabertos é a marcação implacavel e o numero de jogadores que chegavam ao ataque, quatro, cinco, até seis jogadores dentro da grande área, além de todo o time estar atuando no campo do adversário.
As comparações eram muitas, algumas corretas, outras muito indevidas, superando o gênio comum, alguns até comparavam a revolução tática de Guardiola com o "Carrossel Holandês" liderado por Johan Cruyff, na Copa do Mundo de 1974, perdido pela Holanda frente aos alemães ocidentais por um mero detalhe, Gerd Muller.
Mas, nem todo sonho dura muito ou dura tempo suficiente para tornar-se inesquecível. O segundo caso se encaixa bem com o Barcelona 2009-2012. Infelizmente, três derrotas custaram caro, para Real Madrid, na Liga Espanhola, uma derrota e um empate, que soou como derrota, devido a eliminação da Liga dos Campeões, para o Chelsea.
O futebol do Barça passou a ser contestado injustamente, por alguns críticos chatos e até bairristas, que não esperam uma chance para detonar e o torcedor, claro, alguns caíram na pilha destes falsos cronistas.
Guardiola ja disse que irá sair do Barcelona ao final da Liga Espanhola quase vencida pelo Real Madrid e vai procurar um outro clube.
Todos o querem, aboslutamente. Pelas redes socias, pude conferir montagens, algumas até sem fundamento e outros, no Brasil, querendo que a CBF contrate Guardiola para o lugar de Mano Menezes.
Serão capítulos a ser assistidos depois. Mas, sinto que a era Guardiola no Barcelona ainda não acabou. Um dia, ele irá retornar, talvez para revolucionar como fez ou mesmo para treinar o clube que ama.
Por estes quatro anos, parabéns Guardiola. O futebol mundial agradece.
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